Em um mundo em que a mudança climática e a degradação ambiental avançam a passos largos, investir no futuro do planeta se tornou mais do que uma escolha: é um imperativo.
Os produtos financeiros verdes surgem como uma ponte entre o desejo de obter retorno financeiro aliado a um propósito maior.
As finanças verdes englobam todas as atividades financeiras direcionadas a apoiar projetos que promovem a sustentabilidade ambiental.
Isso inclui investimentos em energias renováveis, conservação da biodiversidade, eficiência energética e adaptação às mudanças climáticas.
O grande objetivo é combinar o lucro tradicional com benefícios reais para o meio ambiente, contribuindo para a redução de emissões de gases e proteção de recursos naturais.
No contexto global, o movimento ESG (ambiental, social e governança) consolidou-se, tornando quase obrigatório para empresas e instituições adotarem práticas alinhadas a esses critérios.
Entre os instrumentos mais conhecidos estão os Green Bonds, títulos de dívida emitidos para financiar exclusivamente projetos sustentáveis. No Brasil, a emissão internacional de novembro de 2023 captou até US$ 2 bilhões, dos quais 50-60% destinam-se a iniciativas ambientais e 40-50% a projetos sociais.
Além dos Green Bonds, o mercado brasileiro já conta com:
Outra categoria relevante são os Investimentos Socialmente Responsáveis (ISR), que selecionam empresas com alta performance em critérios ESG, aliando lucro e impacto.
O Brasil avançou com o Programa Selo Verde Brasil, instituído em junho de 2024, para certificar produtos e serviços que cumpram requisitos socioambientais rigorosos. Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o selo é voluntário, mas estabelece normas claras para rotulagem sustentável.
O decreto 10.387/2020 simplificou a emissão e rotulagem de instrumentos verdes, porém ainda faltam incentivos fiscais específicos para títulos verdes no país.
Mesmo sem benefícios tributários exclusivos, a tendência é de crescimento contínuo à medida que o governo e reguladores aperfeiçoam o marco regulatório.
O mercado global de finanças verdes cresce de forma acelerada graças a pressões das instâncias regulatórias, investidores e sociedade civil. A União Europeia, os Estados Unidos e a China lideram o movimento, mas o Brasil já demonstra avanços promissores.
O conceito de transição ecológica, promovido pelo Ministério da Fazenda, aponta para o uso do mercado de capitais como motor de transformação social e econômica, mobilizando recursos para setores de baixo carbono.
Investidores institucionais e pessoas físicas, cada vez mais conscientes, direcionam suas carteiras para produtos verdes, fortalecendo empresas comprometidas com o futuro ambiental.
Investir em produtos financeiros verdes pode trazer uma série de benefícios ao investidor e ao planeta:
No entanto, alguns desafios ainda precisam ser enfrentados para consolidar o mercado:
Em 2023, o governo brasileiro lançou sua primeira emissão de títulos verdes soberanos, direcionando US$ 2 bilhões para energia limpa, saneamento e restauração de biomas. Grandes bancos nacionais já habilitaram debêntures verdes e fundos de infraestrutura sustentável para financiar projetos de energia solar em comunidades afastadas.
O selo Verde Brasil validou, até o momento, mais de 100 produtos e serviços, desde embalagens de baixo impacto até tecnologias de reciclagem, conferindo maior segurança ao investidor.
Empresas do agronegócio e setor imobiliário também lançam certificados de recebíveis sustentáveis, mostrando como diferentes setores podem captar recursos alinhados com práticas responsáveis.
Os produtos financeiros verdes representam uma oportunidade única de unir rentabilidade e propósito, favorecendo investidores que desejam ser agentes ativos na construção de um futuro mais sustentável.
Embora ainda existam barreiras regulatórias e estruturais, a tendência global de valorização de ativos verdes, aliada ao compromisso crescente de empresas e governos, aponta para uma expansão contínua.
Ao escolher produtos financeiros verdes, o investidor não só diversifica sua carteira, mas também contribui para a preservação ambiental e o bem-estar social, participando de uma jornada coletiva rumo a uma economia de baixo carbono e maior resiliência global.
Referências