Investir em educação é muito mais do que alocar recursos financeiros: é apostar no futuro de indivíduos e de toda a sociedade. Quando entendemos que o retorno garantido para sua vida vai muito além de diplomas, abrimos caminho para um desenvolvimento pleno, com ganhos sociais, econômicos e pessoais.
Em 2025, o governo brasileiro destinou R$ 35,5 bilhões provenientes do salário-educação à manutenção da educação básica pública. Esses recursos são fundamentais para a infraestrutura das escolas, transporte dos alunos e aquisição de equipamentos pedagógicos.
A execução orçamentária para educação básica em 2024 somou R$ 60,33 bilhões, representando um crescimento de apenas 2,6% em relação ao ano anterior. Embora seja um avanço, esse aumento fica aquém das necessidades reais das instituições e dos alunos.
Na comparação internacional, a situação ainda exige esforço. Em 2020, o Brasil investiu US$ 4.306 por estudante, enquanto a média dos países da OCDE chegou a US$ 11.560. O aporte em percentagem do PIB também reflete essa disparidade: enquanto a OCDE investe entre 3% e 4% em educação fundamental e média, países como Colômbia e Israel destinam pelo menos 5% do PIB. Em 2022, o Brasil aplicou 5,5% do PIB, ainda distante da meta de 10% estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Os benefícios de uma educação de qualidade vão muito além da sala de aula. Segundo a OCDE, oferecer ensino médio e superior de excelência potencializa produtividade, empregabilidade e renda ao longo da vida.
Ao desenvolver habilidades críticas e criativas, os indivíduos se tornam agentes de inovação, impulsionando o crescimento econômico e a competitividade nacional. Investir em capacitação e formação contínua é, portanto, apostar no potencial de crescimento econômico individual e coletivo.
Mesmo reconhecendo os ganhos, o Brasil enfrenta limitações para expandir o orçamento de forma significativa. O aumento anual tem sido modesto, refletindo restrições fiscais e uma complexidade crescente no atendimento das demandas de populações diversas.
O programa “Pé-de-Meia”, que em 2025 contará com R$ 1 bilhão para apoiar estudantes do ensino médio, ilustra bem essa tensão: embora importante, representa apenas 8% do orçamento anual necessário para alcançar metas ambiciosas.
Quando se direciona recursos consistentes à formação de professores, há um aperfeiçoamento contínuo das práticas pedagógicas, resultando em melhores índices de aprendizagem e em maior motivação de alunos e educadores.
O apoio a iniciativas de educação rural, por exemplo, fortalece comunidades inteiras, contribuindo para a fixação de pessoas no interior e evitando a migração compulsória para grandes centros. Essas ações fortalecem comunidades e estimulam o desenvolvimento regional.
Para garantir que cada real investido gere o máximo de impacto, é essencial adotar políticas públicas orientadas por eficiência e equidade. A transparência na aplicação dos recursos, a participação da comunidade escolar e a avaliação constante dos resultados são pilares desse processo.
Organizações da sociedade civil, gestores públicos e educadores devem trabalhar em parceria para desenvolver programas de capacitação, monitorar indicadores de qualidade e ajustar estratégias de acordo com as necessidades locais. Assim, conseguimos atender às metas do PNE e avançar rumo a um sistema educacional cada vez mais inclusivo e eficaz.
Investir em educação é um compromisso que envolve famílias, escolas, governos e sociedade. O retorno do investimento em educação não se mede apenas em números, mas em vidas transformadas, em sonhos realizados e em uma nação mais justa e próspera.
Ao reconhecer a educação como alicerce do desenvolvimento, pavimentamos um futuro de oportunidades, inovação e cidadania plena para todos. O momento de agir é agora: cada esforço conta para que o investimento em educação seja, de fato, o motor de uma trajetória de sucesso pessoal e coletivo.
Referências