Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) despontam como opções atrativas para investidores que buscam rentabilidade líquida significativamente maior e diversificação de portfólio.

Com o incentivo da isenção de Imposto de Renda para pessoa física, esses títulos se consolidam como instrumentos que fomentam dois setores vitais da economia brasileira: o imobiliário e o agronegócio.

O que são CRI e CRA

CRI e CRA são formas de securitização de recebíveis de longo prazo. No caso do CRI, o lastro é composto por créditos imobiliários de empreendimentos residenciais ou comerciais.

Já o CRA é emitido com base em recebíveis gerados por atividades agropecuárias, envolvendo produtores rurais, cooperativas e cadeias de agronegócio. Ambos são lançados por empresas securitizadoras privadas, que transformam fluxos de pagamento futuros em papéis negociáveis no mercado.

Objetivo e importância econômica

O principal propósito de CRI e CRA é financiar projetos de grande porte sem sobrecarregar o sistema bancário tradicional.

Ao direcionar recursos ao setor de construção e ao agronegócio, essas emissões fomentam investimentos em infraestrutura, habitação e tecnologia agrícola, fortalecendo setores estratégicos da economia brasileira e impulsionando o crescimento sustentável.

Isenção de Imposto de Renda

Uma das maiores vantagens de CRI e CRA é que os rendimentos pagos ao investidor pessoa física são totalmente isentos de Imposto de Renda. Da mesma forma, não incide IOF sobre ganhos decorrentes desses títulos.

Entretanto, a isenção não exime o investidor de obrigações fiscais: é obrigatório informar à Receita Federal tanto o valor aplicado quanto os rendimentos recebidos, sob pena de cair na malha fina.

Estrutura e funcionamento

As operações de CRI e CRA seguem uma estrutura padronizada:

• Emissores: empresas securitizadoras privadas especializadas.
• Lastro: recebíveis imobiliários (CRI) ou agropecuários (CRA).
• Prazo: médio a longo prazo, compatível com maturação de empreendimentos.
• Rentabilidade: prefixada ou pós-fixada (CDI, IPCA ou híbrida IPCA + x%).
• Liquidez: baixa, pois o resgate antes do vencimento é difícil e sujeito a deságio.

Comparação com outros investimentos de renda fixa

Para entender a posição de CRI e CRA no universo de renda fixa, confira a comparação abaixo:

Como se nota, CRI e CRA oferecem rentabilidade líquida superior, compensando riscos maiores e baixa liquidez.

Vantagens

• Isenção de IR, proporcionando ganhos líquidos mais atraentes.
• Exposição a setores-chave como imobiliário e agronegócio.
• Alternativa de diversificação fora do sistema bancário.
• Incentivo fiscal relevante para pessoa física.

Riscos e desvantagens

• Ausência de garantia FGC, o investidor assume o risco integral.
• Risco de crédito privado, com possível inadimplência nos projetos.
• Baixa liquidez, podendo gerar deságio em vendas antecipadas.
• Complexidade na análise de garantias, rating e cenários macro.

Tributação e declaração no Imposto de Renda

Apesar da isenção de IR sobre rendimentos, a Receita Federal exige a declaração dos saldos em 31/12 e dos ganhos auferidos.

Na ficha "Bens e Direitos", utilize o código "03 – Títulos isentos de tributação" e na ficha "Rendimentos Isentos e Não Tributáveis" informe o valor recebido no ano, evitando riscos de malha fina.

Dados de mercado e tendências atuais

Nos últimos anos, o CRA registrou um crescimento expressivo nos últimos anos, refletindo a força do agronegócio, que representa mais de 25% do PIB brasileiro.

Para 2025, as projeções indicam que CRI e CRA continuarão em alta, atraindo investidores que buscam proteção fiscal e diversificação de portfólio.

Perfil do investidor e dicas práticas

• Possuir visão de longo prazo e tolerância a riscos.
• Estudar ratings, garantias e histórico da securitizadora.
• Balancear a carteira com ativos de diferentes prazos e liquidez.

Considerações finais

Os CRIs e CRAs representam ferramentas poderosas para quem deseja diversificar investimentos com vantagem fiscal e exposição a iniciativas estratégicas.

Antes de investir, avalie seu perfil, consulte especialistas e utilize plataformas confiáveis para selecionar títulos que se alinhem aos seus objetivos de longo prazo.